*Angela
Maria S. O. Leite
INTRODUÇÃO
Este
artigo tem por finalidade propor a reflexão individual sobre “Qualidade de Vida
e as Cidades do Futuro”, após a coleta das informações no decorrer dos Fóruns ocorridos:
1º) no (NEF) Núcleo de Estudos do Futuro, no Bloco 100 do prédio novo 1ª, na
(PUC-SP) Pontifícia Universidade Católica de São Paulo em 27/03/2012, cujo
palestrante Prof.º Chico Macena (Vereador de São Paulo, Líder do PT na Câmara,
Membro da Comissão de Política Urbana, Secretário de Comunicação do PT e
professor
), após o convite do
Prof.º Alessandro Marco Rossini a quem agradeço o convite; e 2º) IV Conferência
Municipal de Meio Ambiente “Política Nacional de Resíduos Sólidos”, no
Auditório da CPFL no Centro Histórico de Santos, cujo palestrante fora Dr.
Giberto Natalini – Médico Gastrocirurgião – USP, Militante Ambiental e Vereador
pelo PV ocorrido em 29/06/13, após o convite da Sandra Cunha pela (Reas) Rede
de Educação Ambiental de Santos. Considero vital a exposição, pois
possibilitará o conhecimento acerca da alteração de medidas, programas,
projetos ambientais a ser representado pela sociedade no Plano Diretório de São
Paulo construído pelas várias contribuições inclusas dos municípios adjacentes,
concordando com Maria Adelia
neste sentido, conforme:
“A participação social tem sido
uma estratégia de ‘empoderamento’ pela oportunidade de educação para cidadania,
socialização de informações, envolvimento no diagnóstico e na tomada de
decisões e execução dos projetos sociais, resultando no compartilhamento de
responsabilidades na gestão da saúde”. (Krempel et al, 2003, cap. III, pg. 23)
1. PELO DIREITO A CIDADE
Parafraseando
Prof.º Chico Macena quanto ao Estudo do futuro e Desenvolvimento Social ter uma
Função Social, de Produção, Serviços e fruto de bens, logo há necessidade de
uma gestão de excelência que consiste em, conforme Claudio Rariz Siqueira
(2008-2009) “
avaliar a gestão de uma
organização pública significa verificar o grau de adesão dos seus aspectos
gerenciais mais importantes em relação a um referencial de gestão denominado,
pelo Programa da Qualidade e Participação na Administração Pública, de Gestão
pela Excelência”, em que o planejar do futuro deve ser feito e apropriado à
sociedade, quanto a prazos, se, em longo prazo ou qual prazo, pois o governo do
Estado de São Paulo possui um plano diretor e estratégico, constando no
primeiro a “ocupação territorial é uma estratégia”, mas no segundo o estratégico
é “Político e Setorial” fornecendo subsídios ao Plano Diretor. Atente-se para
as leis: 13430/02 – Objetivos, as Diretrizes e ações
e 13385/01 – Planos Regionais/Zoneamento
,
concordando sobre a importância de município saudável o Dr. Gilberto Natalini que
evidencia a necessidade da qualidade de vida como vital, pois diagnostica a
doença como resultante de origem ambiental, mas também de saúde pública do
local em que se vive, argumenta que aproximadamente há 4.000 mil mortes
relacionadas à Poluição do ar, embora exista outros tipos de poluição como a visual
e a sonora tendo São Paulo um índice elevado em (dB) decibel. Por conseguinte,
a diversidade da cidade e as políticas tem que dialogar em relação à
perspectiva de futuro, a partir do zoneamento, neste sentido Dr. Gilberto
Natalini evidencia a importância do Comissionamento chega a denominar como
Messiânica a missão com o propósito de ganhar pessoas para a causa, uni-las,
chamar para mais próximo e literalmente trazer as pessoas da sociedade 1ª, 2º e
3º Setores. Mas, segundo Prof.º Chico Macena diz que surgem Questões – perdem $
5.000.000 na economia para um PIB de 1,2 per capta.
QUESTÕES
|
Transportes Públicos
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Mobilidade não é só uma questão de
logística é necessária à sustentabilidade.
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Água e Saneamento Básico
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Há coleta de esgoto, mas não há o
tratamento.
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Qualidade Ambiental
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Impacto do CO2
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Lixo e Resíduos de Construção
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Não há local de descarte
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Programa de geração de Emprego e Renda
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Há possibilidades de expansão
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Habitação
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Problema Estrutural
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São Paulo cidade Planejada
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Não,
mas tentou-se planejar a cidade
|
2. MODELO
DE SATURNINO DE BRITO E DE PRESTES MAIA
O
Processo de Industrialização (1800 – 1950) influenciou nas escolhas dos
projetos de construção de cidade como se encontra hoje, havia dois projetos,
sendo um de Saturnino de Brito que não projetou marginais próximas ao Tietê,
sim parques verdes lineares em toda a sua extensão com distancia aproximada em
1km para vias, mas o plano que prevaleceu foi o de Prestes Maia que resumia em
avenidas, rodoviárias e ligações marginais com direção ao centro. Esta visão americana, a partir do Boom
de Henry Ford, com a inserção do automóvel, surgindo às moradias diferentes,
mudaram-se os núcleos, a partir do modelo de disseminação do cinema
(Casablanca), eis o planejamento: Glamour, Luxo e Cigarro “modo americano de
viver”, neste sentido o Dr. Gilberto Natalini afirma ser necessário mudar a
forma de lidar com o planeta, necessário mudar a forma de produção no planeta
ser menos agressiva para os recursos naturais. Nesta questão em concordância
ambos prof.º Chico Macena e Dr. Gilberto Natalini que acreditam que o formato é
o ser sustentável contendo os três pilares: 1º pacto Social do Desenvolvimento
Social, Pacto Ambiental e Pacto Empresarial, deixando aclarado e transparente o
que cada um dentro de suas atribuições tem realizado, tanto o poder publico,
sociedade civil, empresários (Industrias, Comércio, Serviços e Setor Produtivo)
quanto os Sindicatos.
3.
TRANSPORTE NÃO É PROBLEMA DE LOGÍSTICA
Segundo Prof. Chico Macena há um Paradoxo
que Iniciou com base no outono da estação ferroviária com malha de 40km de
trilhos, mas o mesmo avanço industrial promove a não utilização das ferrovias,
porém hoje para ser cultural e ter Status é necessário utilizar trem ou
bicicletas.
O Eixo
Metropolitano Periférico há 15 anos, nele havia uma maior densidade
populacional do eixo atrativo que é o Centro de SP hoje, havia saúde, lazer,
parques e educação e etc. Hoje o transporte por dia totaliza um Paraguai (país)
que é transportado da zona Leste para o eixo centro e no retorno. Portanto, não
é possível pensar em transporte, apenas como problema de logística, não é mais,
isto é inviável. O decrescimento do eixo populacional do Centro de SP e de
qualquer núcleo decresce em função da evacuação do centro de emprego, devido a
distancia da moradia. Eis o preço da QV ou Qualidade de Vida é a mobilidade do
eixo trabalho – lar – casa, em que mobilidade não é somente o transporte, a
demanda é maior. Comparando com as demais metrópoles “São Paulo” possui um dos
melhores transito do mundo, conforme:
CONGESTIONAMENTO
- TRANSITO
|
Nova York
|
5 km/h
|
Tókio
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16Km/h
|
Londres
|
6 km/h
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São Paulo
|
20Km/h e durante eventos 150km de lentidão
|
O meio
de mapeamento do transporte público tem capilaridade, pois se encontra próximo
aos Mêtro’s ou Companhia Metropolitana de São Paulo que propiciam a
possibilidade de trajeto, mas o metrô não fornece mais qualidade no transporte.
Isto ocorre, pois tudo foi realizado de maneira radial, como todas as estações
ferroviárias, mêtro, rodoviárias. São 1335 linhas de ônibus na cidade de São
Paulo, lógica irracional, pois são estas as vias que não realizam o baldeamento
humano para metrô’s, há demora da viajem e o transporte de menor quantidade de pessoas,
portanto cai a Qualidade de Vida. Solução: Está previsto a ampliação de:
MOBILIDADE
DE MASSA ATÉ O ANO DE:
|
2023
|
82.000 km de Metrô
|
2040
|
20.000km de Metrô
|
Sabendo
que 1,4 ano é a capacidade de confecção de Metrô’s com custo de 780.000.000,00$
por km.
4.
MODELOS DE CIDADES COMPACTAS
As
cidades sofrerão diminuição populacional numa ordem de menos 30% no decorrer de
10 anos. O Modelo de Cidades Compactas: Otimizam a infraestrutura, diminui o
deslocamento territorial, usos mistos dos territórios, adensam rede de
saneamento e fornecem onde não há. Enquanto o adensamento construtivo seria um
adensamento populacional, mas não é viável, pois quem se utiliza do modelo de
padrão médio não utiliza os padrões de mobilidade funcional, pois no mínimo
possuem 04 carros. Eis, os conceitos futuros para moradia no Centro – SP e nas
centralidades é de:
CONCEITOS
FUTUROS
|
25% De prédios Vazios
|
Móveis Ociosos
|
25.000 unidades
|
Podem ser utilizadas, pois estão vazias, tem estrutura e
não tem pessoas.
|
Hoje,
há o gasto fora ou na periferia cerca de 50.000,00 para adequar ao modelo
necessário, mas é interessante que para a Periferia seja levado emprego, lazer,
educação, enquanto para o Centro sejam trazidas pessoas.
5.
PLANO DIRETÓRIO DE QUALIDADE DE VIDA
Tendo em mente a visão futura que deseja
para a cidade, o Prof.º Chico Macena ressalta o pensar medidas para que, Pensar
medidas para qual, enfatiza que os munícipes deve viajar menos em se tratando
de mobilidade, apenas quando necessário, pois há ainda 800.000,00 domicílios
precários que se encontram em Área de Risco, Encostas e Próximo a Córregos em
aproximado 40 que devem ser tratados, e que segundo Dr. Gilberto Natalini sonha
com a impermeabilização de asfalto poroso para as ruas que irá filtrar a água. Portanto,
a necessidade de uma Política Sustentável em que esteja Integrada com a de
Habitação, Desenvolvimento Urbano, Transparência Pública, Provisão de moradias
para a massa populacional, Descentralizar para a polaridade linear, pois há possibilidade
de descentralização com IPTU – 0%, INSS – 2%, Outorga Onerosa – 0%, CEPAC -
Certificado de Potencial Adicional de Construção
para construir além do permitido para gerar empregos, Lembrando que “O impacto
para construção é o Valor da terra”, Criar incentivos para a Hotelaria que se
encontrem nos Arcos do Futuro de Polaridade linear, interligados por cruzamento
de Rodovias marginais com distribuição do transporte.
6.
INVESTIMENTOS E NOVAS TECNOLOGIAS
A Lógica do desenvolvimento projetado ao
longo do prazo para incentivar o desenvolvimento está estimada em $ 15.000.000.000,00
em SP em Universidades, SESC, SESI, Hospitais. Sendo
que para o Transporte o “ônibus” é o que mais alcança em capilaridade e em nº
de pessoas transportadas, medida a ser adotada é o racionalizar das linhas de
ônibus com centralização para o Metrô, Combustível não poluente, Novas
Tecnologias, Corredor de ônibus segregado sem barreira física, através de Ray
flax, Multa automotiva dos automóveis por invasão de faixas e a Inspeção
veicular. Seria segundo o Dr. Gilberto Natalini possibilita na diminuição das
formações de ilhas de calor.
7.
PLANEJANDO CIDADE DO FUTURO
Segundo Dr. Gilberto Natalini em São
Paulo a um bom relacionamento entre a FIESP, CETESB que incentivam os estudos
de teses e trabalhos práticos de sustentabilidade, consta no estado um
inventário do Efeito estufa provocado pela queima de combustíveis fósseis, e do
Aterro Sanitário que transforma 25% de gás Metano em eletricidade que alimenta
as cidades próximas com parceria com Banco que intermediou a empresa contratada
para canalizar o gás, e, transformou crédito de carbono e todos ganharam. Mas,
o Prof.º Chico Macena ainda deseja que esteja bem aclarado para o gestor no ato
do planejamento as questões: o que incentivar? O que investir? O que quero para
a cidade? Surgindo como respostas de ambos: Imposto Verde, Carros Elétricos, Aumento
do número de Parque Lineares dos 36 para 96, Ecopontos, Prédios Sustentáveis, Preservação
das reservas de água, Ocupação racional do território, Preservação das
nascentes dos rios, Tratamento dos 40 córregos, Coletas Seletivas, sendo que em
SP apenas 1% se recicla, Criar coleta seletiva regular, Oferecer tratamento
diferenciado para a cooperativa de reciclagem, Treinar e contratar os catadores
pelo estado com salário justo e compatível com a atividade ambiental, Política
não assistencial, mas Ambiental.
Quanto à educação a importância da Inclusão,
promoção de Pesquisas e incentivo aos pesquisadores,
ü
Tecnologia Informação
Inovação
ü
Sem investimento
ü
Sem maturação é longo e o tempo de governo é
curto, logo tem que ser perene.
8.
O PASSADO É APRENDIZADO
A fim de realizar um planejamento
sustentável, ambiental, econômico e cultural é necessário não abster da
memória, antes se deve olhar para o passado, então conquistar o futuro. Tendo
em vista do avanço do monotrilho que foi planejado pela LIGTH em 1888. Há uma
necessidade em traduzir o Urbanez para a população, é ter um ouvido sensível
para ouvi-los e implementar a discussão, mas cuidado com a Metodologia, Cuidado
com as propostas que serão ouvidas.
São Paulo não pensa na centralidade
apenas, antes ela atrai a polaridade na região metropolitana que influencia
outras cidades e regiões, tais como: A proibição de caminhões em determinadas
vias, a partir de locais, dias e horas. Portanto, deve se pensar no fórum
metropolitano para políticas conjuntas que é introduzido no plano diretório de
São Paulo.
Voltar
ao planejamento de Saturnino de Brito em que os núcleos habitacionais não
ocupados em função do adensamento populacional, transformem-se em áreas verdes
lineares em São Paulo. No projeto de Prestes Maia era um modelo radial,
enquanto para Saturnino de Brito mesmo tendo perdido o debate é agora modelo a
ser adotado por meio de:
ü
Preservação da Varzea dos rios,
ü
Preservação dos Rios balneáveis,
ü
Preservação dos Rios com a criação de Parques no
entorno do leito,
9.
COMO RECUPERAR ESPAÇOS PÚBLICOS
Surge outra questão: Como recuperar os espaços públicos mesmo que
seja de domínio privado? Tendo em vista que São Paulo é de interesse de grandes
visões, necessário construírem uma hegemonia, a partir da arte da guerra. Deve
ser repensada a aproximação da cidade/universidade e universidade/cidade, pois
se trata da complexidade da cidade nesta estrutura em que as universidades se
distanciam dos núcleos urbanos de maneira equidistante.
10.
CONCLUSÃO
Portanto, a compreensão dos códigos é a
chave para a construção de qualquer área, tanto que para o educador, isto
agrega valor e deve ser feito a interação destes valores. É uma questão relevante, embora todo o avanço tecnológico, industrial e cientifico, não seja capaz de modificar os corações e mentes humanas, haja vista, os reflexos da educação e motivação em prol da mudança comportamental demonstrados pela atual sociedade.