DIREITOS SOCIAIS GARANTIDOS PELA FUNDAÇÃO DO RIM

Fundação do Rim humaniza tratamento e atua para garantir direitos sociais

A experiência de mais de três décadas, tratando de pacientes com doença renal, levou Dr. Paulo Mota e outros médicos a refletirem, para além do quadro clínico, sobre as condições socioeconômicas dos doentes. O médico relata que apenas no Ceará, cerca de três mil pessoas são portadoras do estágio crônico da doença. Dessa a população, a maior parte é enquadrada numa condição de vulnerabilidade social. Dr. Paulo ressalta que as limitações impostas pela doença impedem muitos pacientes de trabalharem e estudarem, colocando-os à margem da sociedade. A partir da experiência da equipe multiprofissional do Grupo Instituto do Rim, que desde 1983, já atuava na assistência nefrológica e social à pacientes portadores de Insuficiência Renal Crônica, o grupo criou a Fundação do Rim. A Fundação trabalha com dois focos principais: prevenção da doença e garantia dos direitos sociais dos pacientes renais. “Nós somos nefrologistas, trabalhamos com pacientes portadores de doenças renais crônicas, em estágios avançados. Esses pacientes precisam se submeter a hemodiálise até três vezes por semana para se manterem vivos. Além da doença, a maioria dessas pessoas está numa área de grande vulnerabilidade social. É uma população extremamente carente. E ao contrário de outras especialidades médicas, nosso contato com os pacientes é longo. Tenho pacientes que estão fazendo tratamento comigo há 30 anos. Então sabemos como a realidade deles, por isso temos projetos que alfabetizam, profissionalizam e possibilitam a inserção dessas pessoas no mercado de trabalho. É um trabalho que resgata a autoestima dos pacientes e ajuda na geração de renda para eles”, explica Dr. Paulo Mota, presidente da Fundação do Rim. Parcerias Destacando a educação como agente de inclusão, a Fundação do Rim criou parcerias para dar prosseguimento aos projetos. Com a Universidade de Fortaleza (Unifor), a instituição promove, há 12 anos, o Projeto Educação e Saúde na Descoberta do Aprender, que incentiva o desenvolvimento e aprendizado de crianças, adolescentes e adultos com Doença Renal Crônica. “Alunos de pedagogia da Unifor ensinam português, matemática, conhecimentos gerais e desenvolvem atividades lúdicas enquanto os pacientes fazem o tratamento de hemodiálise. O projeto já alfabetizou centenas de crianças e adultos”, afirma o médico. O tratamento exige que o paciente compareça até três vezes por semana ao tratamento nas clínicas de hemodiálise, inviabilizando a possibilidade de um emprego formal para essas pessoas. Nesse contexto, a Fundação do Rim, ainda em parceria com a Unifor, desenvolve cursos de profissionalização, em sintonia com a realidade dos pacientes. “O objetivo é capacitar essas pessoas para que elas possam desenvolver suas atividades nas suas comunidades. Assim, já capacitamos eletricistas, pintores de parede, bombeiros hidráulicos e artesãos. Também oferecemos cursos de informática. Tudo isso, além da autoestima que melhora, gera rendimentos”, comenta Dr. Paulo. O presidente da Fundação destaca que um dos objetivos da instituição é criar condições mínimas de uma vida digna. “Para isso, trabalhamos com o mote de superação. Não adianta trabalhar com os pacientes, sem focar no aspecto da superação”, pondera Dr. Paulo. Confira, abaixo, o VT institucional da Fundação do Rim, que ilustra o dia a dia de superação dos pacientes.

Saiba mais

A humanização do tratamento também é uma das metas da Fundação do Rim, que desenvolve outros projetos, tais como:

Projeto Brincando e Aprendendo - Proporciona as crianças e adolescentes com Doença Renal Crônica um espaço adequado para o desenvolvimento de atividades lúdicas e educativas a fim de estimular o desenvolvimento pessoal e intelectual dos mesmos.

Projeto Cuidadores da Paz - Melhora a qualidade de vida de adolescentes e jovens renais crônicos, contribuindo para o fortalecimento de uma cultura de Paz no sistema de saúde. O projeto se desenvolve através de contação de histórias, inclusão digital, integração de grupo e organização, atividade de culminância (edição de um livro com história de vida dos atendidos pelo projeto).

Projeto Conhecer - Esclarece a sociedade em geral sobre a prevenção da Doença Renal Crônica, as suas causas, conseqüências e tratamentos. As atividades acontecem através de esclarecimento e prevenção da doença renal em escolas, empresas, postos de saúde, realização de eventos científicos para profissionais de saúde sobre o diagnostico precoce da doença renal, orientação e acompanhamento às famílias dos pacientes a fim de facilitar o enfrentamento da doença e etc.

Seja um amigo do rim
Para manter a estrutura, a Fundação do Rim depende de empresas parceiras, doações de pessoas físicas e da promoção de eventos, além de projetos desenvolvidos com empresas privadas e públicas.

Na Fundação, o Projeto Amigo do Rim realiza doações como alimentos, medicamentos, exames, adaptação de quarto para Diálise Peritoneal e roupas para pacientes renais crônicos e familiares, atendendo questões emergenciais dos mesmos. Os parceiros são pessoas físicas e jurídicas sensibilizadas com a situação socioeconômica dos atendidos pela Fundação do Rim.
 
Com uma contribuição de R$ 30,00 via boleto bancário, é possível adotar um paciente. A doação possibilita que o paciente receba uma cesta básica mensalmente, melhorando sua alimentação diária.

As doações pode ser feitas através do depósito na conta da Fundação do Rim: Banco do Brasil C/C: 17.069-0 Agência: 3647-1. Outras doações podem ser entregues diretamente na sede da Fundação do Rim tais como: cestas básicas, equipamentos e matéria prima para montar e manter cursos e oficinas de capacitação para o trabalho, vales transportes para custear pacientes que morem longe das unidades.

Voluntário
Para quem tem interesse em ser voluntário, algumas atividades podem ser desenvolvidas: contação de histórias para crianças, assistente da brinquedoteca, ensinar um ofício (pintura, culinária, etc) e outras habilidades. Inscreva-se por telefone ou preenchendo a ficha eletrônica no site www.fundacaodorimce.org.br.

Serviço
Fundação do Rim
End.: Rua Castro Medeiros, 55 - Meireles
Telefone: (85) 3261-6122
Site: www.fundacaodorimce.org.br

*Crédito da Foto: Fundação do Rim

OPORTUNIDADES NA ÁREA DE INSTRUMENTAÇÃO

 Oportunidade para instrumentista 

Pré-requisitos:

·        Curso Técnico em Instrumentação (concluído)

·        Habilidade para trabalhar em equipe

·        Conhecimentos técnicos em CLP e SDCD

·        Conhecimentos específicos em manutenção e calibração de transmissores, válvulas de controle, válvulas on-off, manômetros, termômetros, interpretação de fluxograma mecânico, diagramas funcionais e linguagem de programação Ladder

·        Conhecimentos básicos em Inglês

·        Desejável Curso de Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados – NR 33

  

Inscrições e informações na CRH/Seleção e Desenvolvimento (ramais 8723/8060) ou através do e-mailrecursoshumanos@uniparcarbocloro.com.br até 26 de fevereiro. 

Candidatos internos e externos podem participar. Os colaboradores também podem indicar pessoas que atendam plenamente aos requisitos.

DANO EXISTENCIAL E O ASSEDIO NO TRABALHO

TST aponta novo tipo de assédio no trabalho: o dano existencial

Um novo tipo de assédio já está sendo julgado no Tribunal Superior do Trabalho. Além do dano moral e dos assédios moral e sexual, o TSTaponta o dano existencial no Direito do Trabalho, buscando preservar a existência social, o objetivo e o projeto de vida do trabalhador. Várias causas já estão sendo julgadas neste sentido pelos Tribunais do Trabalho, em todo o Brasil, e no próprio TST.

A reportagem é do jornal eletrônico Cruzeiro do Sul, 17-02-2014.

O dano existencial no Direito do Trabalho, também chamado de dano à existência do trabalhador, decorre da conduta patronal que impossibilita o empregado de se relacionar e de conviver em sociedade, por meio de atividades recreativas, afetivas, espirituais, culturais, esportivas, sociais e de descanso, que lhe trarão bem-estar físico e psíquico e, por consequência, felicidade. Igualmente refere-se ao procedimento que impede o colaborador de executar e prosseguir seus projetos de vida, que serão, por sua vez, responsáveis pelo seu crescimento ou realização profissional, social e pessoal.

A professora de Direto do Trabalho da faculdade Esamc Sorocaba, Janete Aparecida Almenara, aponta um exemplo clássico de dano existencial. "Um indivíduo que fica muitos anos preso injustamente é um exemplo clássico. Se apurado o erro, a existência do indivíduo e seus projetos de vida são alterados, modificando sua expectativa de vida, por conta do ato ilícito cometido por um erro processual ou, mesmo, por alguma falha na aplicação da Justiça, ferindo a personalidade e a dignidade humana, que são os bens maiores de qualquer cidadão, resguardados pela Constituição Federal", afirma.

No âmbito trabalhista, o dano existencial ocorre quando há excessos, exploração, entre outros. Comumente no abuso de execução de muitas horas extras, quando o trabalhador deixa, por muitos anos, de cuidar da sua própria existência, não tendo tempo para a realização de seus projetos de vida; a existência de várias férias sem gozo e aquele que trabalha por longos anos, sem registro, não tendo um suporte de sustentação e segurança para melhorar suas condições de vida. "O dano existencial é algo muito sério e deve ser muito bem comprovado pelo trabalhador. Ele precisa provar que, realmente, o ato trouxe um prejuízo à sua dignidade humana e personalidade, alterando, de fato e de forma substancial, a sua história de vida. Não é qualquer conduta isolada, de curta duração, que pode ser considerada como um dano existencial. Para isto, a conduta deve-se perdurar no tempo, sendo capaz de alterar seu objetivo de vida", pontua a professora.

À parte do dano existencial, mas que também atinge a dignidade humana, resguardada pela Constituição Federal, existem os danos causados pelo assédio moral, tal como o terrorismo psicológico, que se caracteriza na prática como aquele em que o empregado é humilhado, perseguido, muitas vezes, isolado do grupo, exposto a situações vexatórias em reuniões, inclusive, na divisão de tarefas, em que, por exemplo, o empregador distribui tarefas mais fáceis, alegando que o indivíduo seja incapaz de exercer as outras. Nestes casos, o trabalhador tem a sua autoestima colocada em dúvida, de forma constante, ocasionando, muitas vezes, doenças psicológicas. A vítima, ao longo dos anos, perde o interesse e os seus planos de vida profissional, ocorrendo também o dano existencial.

Assim como nos demais casos, o dano existencial prescinde de provas robustas - devendo haver a comprovação da "culpa", do nexo e do dano -, as quais se materializam na forma de prova: documental, que poderá ser por meio de e-mails, atas de reuniões, cobranças de resultados e testemunhal.

Ainda de acordo com a professora Janete, o dano existencial surge pela própria evolução do dano moral. "Paralelamente ao dano moral, oTST constatou que, nestas situações específicas, as pessoas perdiam sua expectativa de vida, comprometendo toda a sua existência, por força de outras coisas maiores a ele impostas. O reconhecimento do dano existencial surge como uma forma de oferecer mais dignidade e melhor qualidade de vida ao trabalhador, permitindo ao indivíduo cuidar de si e se realizar como ser humano, contribuindo para a sociedade em um contexto geral."

Como medida preventiva, orienta a especialista, as empresas devem adotar um tratamento mais humanizado com os seus colaboradores, possibilitando o convívio social e familiar e incentivando o seu crescimento como "pessoa", possibilitando a realização de cursos e reciclagens. A iniciativa dos tribunais surge para que o trabalhador tenha sua dignidade resgatada junto à família e como ser humano. As empresas que causarem danos à existência do trabalhador podem ser punidas, com indenização a ser arbitrada pelo poder judiciário, sempre considerando cada caso.

http://www.ihu.unisinos.br/noticias/528495-tst-aponta-novo-tipo-de-assedio-no-trabalho-o-dano-existencial